Autor: Liane Moriarty
Título Original: The Husband’s Secret (2013)
Editora: Edições Asa
Páginas: 416
ISBN: 9789892325774
Tradutor: Helena Ruão
Origem: Comprado
Opinião: Desde que a Jojo Moyes, no seu Twitter, falou entusiasticamente deste livro, que o mesmo passou automaticamente para a minha lista de desejos. Ponderei lê-lo em inglês, mas quando fiz anos em abril decidi oferecê-lo a mim própria. Ao contrário de tantos outros, demorei muito pouco tempo a lê-lo.
A premissa deste livro é muito intrigante. Cecilia, mãe de três filhos, esposa dedicada e cidadã exemplar, encontra por acaso no sótão uma carta do seu marido, dirigida a ela, com instruções para só ser aberta após morte dele. Este facto, por si só, incentiva o leitor a prosseguir a leitura para saber, afinal, que assunto tão importante a carta contém, que exige que o seu autor morra para que possa vir a lume. Mas a história de Cecilia não é a única deste livro: acompanhamos também Tess, que acabou de descobrir que o marido e a prima-quase-irmã se apaixonaram, e Rachel, uma mulher de 70 anos que vive assombrada pelo assassinato da sua filha adolescente, há quase 30 anos.
Como seria de esperar, as histórias destas três mulheres vão cruzar-se, apesar de, pessoalmente, não ter encontrado o equilíbrio ótimo entre o interesse que todas me despertaram. Passei sempre os capítulos da Tess com pouco interesse, achando que aquilo era apenas o relato de uma típica crise de meia-idade por que alguns casais passam. E, infelizmente, este enredo secundário fez com que o início psicologicamente pesado da história se esbatesse e a história adquirisse um tom mais leve.
É uma história que aborda temas interessantes: até onde somos capazes de ir para proteger quem amamos? Onde está a linha entre o certo e o errado? A ambiguidade moral das personagens face às situações que se lhes vão deparando foi um dos aspetos que considerei mais bem desenvolvidos neste livro. A autora adota com frequência o papel de narrador omnisciente com particular apetência para os “e se”, fazendo exercícios frequentes de suposições com o que poderia ter sido. Não fiquei muito fã desta abordagem.
A revelação do conteúdo da misteriosa carta é feita a cerca de meio do livro, mas antes disso não é difícil juntar as peças e chegar a uma conclusão acertada. E isso fez com que o impacto da revelação fosse bastante diminuído. Quanto ao epílogo, parece que as opiniões se dividem: há quem tenha adorado e há quem tenha detestado. Na verdade, vem alterar algumas questões fundamentais do enredo e, de certo modo, baralha as cartas e dá de novo. Sou muito sincera: acho que está a mais no livro.
No entanto, não deixa de ser um livro que entusiasma, com situações e personagens (na sua maioria) bem escritas e, por isso, considero que vale a pena dar-lhe uma oportunidade.
Classificação: 3/5 – Gostei