Autor: Tracey Garvis-Graves
Título Original: On the Island (2012)
Série: On the Island #1
Editora: ASA
Páginas: 352
ISBN: 9789892323596
Tradutor: Mário Dias Correia
Origem: Comprado
Opinião: Se há premissa de uma história que me cativa são pessoas perdidas em ilhas. Não é por acaso que a minha série televisiva preferida de sempre é o Lost (apesar de preferir esquecer o final): fascina-me a ideia de subitamente o ser humano se ver privado de todas as comodidades do mundo atual e de ser levado ao limite em prol da sua sobrevivência. Não que desejasse propriamente ver-me nessa situação, note-se 😛 Assim que li a sinopse deste livro e algumas opiniões, decidi que ia lê-lo mais cedo ou mais tarde. Calhou ser mais cedo.
T.J., um jovem de 16 anos, está em remissão de um linfoma de Hodgkin e, para que consiga recuperar o tempo perdido na escola, os seus pais contratam Anna Emerson, uma professora de 30 anos, para lhe dar explicações enquanto a família passa férias nas Maldivas. As circunstâncias ditam que os dois façam a viagem sozinhos e já nas Maldivas o hidroavião em que seguiam despenha-se no meio do mar. Os dois conseguem nadar até uma das quase 1.200 ilhas que compõem o país insular e iniciam uma longa e difícil jornada pela sua sobrevivência. Sob a perspetiva dos dois protagonistas, em capítulos intercalados, vamos acompanhando a equipa que os dois formam para fazer face às suas necessidades básicas e aos perigos que da natureza. E, apesar da diferença de idades, os sentimentos que surgem entre os dois.
A escrita não tem adornos desnecessários, é simples, clara e direta. A autora não faz grandes divagações sobre a situação em que Anna e T.J. se encontram, antes limita-se a relatar o dia-a-dia de ambos, o evoluir da sua relação e a esperança que sempre os acompanha. Esta escrita pouco adornada acaba por se adequar, de certo modo, à situação que os protagonistas vivem e as páginas viram-se umas atrás das outras quase sem percebermos, porque queremos saber qual será o destino dos dois. No entanto, por vezes achei que o estilo conciso da autora não permitiu que tanto as personagens como as situações tivessem sido melhor desenvolvidas
Penso que é um livro despretensioso, que nunca almeja ser mais do que na verdade é. Consegue tornar a situação real aos olhos do leitor e, apesar de algumas ocasiões em que Anna e T.J. têm demasiada sorte para ser verdade, raramente achei que o que nos é relatado é pouco credível. Acreditei, de verdade, que aquelas duas pessoas estavam naquela ilha, privados de quase tudo, e que mesmo assim conseguiram arranjar formas de sobreviver física e psicologicamente. A parte final do livro foi o que menos gostei, pela previsibilidade e situações cliché. Ainda assim, foi uma leitura que me agradou. Teve o condão de me fazer voltar a conseguir ler um livro em dois dias e acho que isso não é dizer pouco. É uma história interessante, que consegue ser credível e que entretém, apesar de alguns pontos mais fracos.
Classificação: 3/5 – Gostei