Autor: Pedro Paixão
Editora: Escrit’orio Editora
Páginas: 11
Contos Digitais: #1
Origem: Gratuito online
Opinião: “A Musa Irrequieta”, de Pedro Paixão, deu o pontapé de saída numa iniciativa que acho de louvar: a publicação bissemanal de contos gratuitos de autores portugueses, que começou em Outubro e vai terminar em finais de Janeiro de 2013. Nunca fui grande adepta de contos, mas o (pouco) tempo que atualmente tenho disponível para ler presta-se a leituras breves e também porque vários deles são escritos por autores que me despertam curiosidade, mas que nunca experimentei.
Este “A Musa Irrequieta” é, basicamente, uma história de amor autobiográfica (pelo menos, foi o que me pareceu) e que pretende ser uma homenagem à dita musa. Um professor universitário de meia-idade não ama propriamente a sua profissão e, por isso, utiliza um artifício para tornar o ofício de ensinar menos penoso: em cada semestre, escolhe uma musa, e leciona como se ela fosse a sua única aluna. Às tantas, a musa é Eva, uma rapariga magnetizante, e o professor apaixona-se. Até aqui, parece uma história sem nada que a distinga, por isso esperei pelo final, que já tinha lido ser algo inesperado. E, de certo modo, foi, conferindo à narrativa um tom dramático (lembrei-me do Nicholas Sparks) que, a juntar à revelação que a história é autobiográfica, lhe dá alguma identidade. O problema, pelo menos para mim, é que não me importei muito com o destino reservado às duas personagens principais. Não sei se isto aconteceu pelo facto de a história ser curta ou se a escrita do autor – que, confesso, não achei nada por aí além – não permitiu que tivesse ocorrido essa ligação emocional com as personagens. Talvez dê o benefício da dúvida e experimente uma narrativa mais longa deste autor.
Classificação: 2/5 – OK