Autor: Oscar Wilde, Guy de Maupassant, Anton Tchekov, Rainer Maria Rilke e Aldous Huxley
Títulos Originais: The Nightingale and the Rose (1888), En Voyage (1883), Любовь (1886), Hubbert and Minnie (1924)
Série: Biblioteca de Verão #1
Editora: Rosto Editora
Páginas: 63
ISBN: 9789898520043
Tradutor: n.d.
Origem: Comprado
Este pequeno livro é o primeiro da coleção que se encontra atualmente a ser publicada com o DN/JN. Antes de mais, queria fazer algumas observações no que respeita à qualidade física dos livros. No ano passado, os livros que saíram com estes jornais tinham uma qualidade péssima: o papel mais parecia papel de jornal e, dos que li, as gralhas eram mais que muitas. Estava um pouco apreensiva com esta nova coleção, mas o Rui descansou-me. Os livros são, de facto, de tamanho pequeno, mas o papel é de melhor qualidade. Este primeiro volume não traz referência ao nome dos tradutores, mas essa informação já vem no segundo, Contos Espantosos, com a indicação Tradução/Adaptação. Como os nomes dos tradutores me parecem brasileiros, quero acreditar que esta “adaptação” se refira à adaptação do português do Brasil para o português de Portugal. Penso que o mesmo aconteceu no 1.º volume, e acredito ainda mais nessa teoria depois de ter lido o primeiro conto e ter achado que o texto estava meio abrasileirado; não notei isso nos restantes. Bem, mas passando ao que realmente interessa, aqui está um breve resumo dos contos que estão incluídos neste livro, bem como uma pequena análise da minha parte.
O Rouxinol e a Rosa (Oscar Wilde)
Conta a história de um estudante que desejava encontrar uma rosa vermelha, porque só assim conseguiria dançar com a sua amada e conquistar o seu coração. Um rouxinol ouve o seu lamento e decide ajudá-lo na busca, mas descobre que só conseguirá arranjar a rosa vermelha se sacrificar a sua vida. Penso que o autor desejou abordar as várias faces do amor: o amor incondicional e verdadeiro e o amor materialista, numa narrativa curta que combina um certo tom de fábula com uma temática adulta.
De Viagem (Guy de Maupassant)
Num comboio em França, a propósito de história insólitas decorridas em comboios, um médico francês conta a história de uma condessa russa, que viaja para França para tentar melhorar o seu estado de saúde. Durante a viagem conhece um homem que ajuda a fugir do país e os dois vivem um amor platónico. Foi um conto que gostei de ler, mas que me soube a pouco pelos “buracos” de informação que ficaram por preencher.
Amor (Anton Tchekhov)
Um homem fala sobre o entusiasmo dos primeiros contactos com a pessoa amada e como, com o passar do tempo, foi perdendo alguma afeição pelo objeto da sua afeição, à medida que a foi, de facto, conhecendo. Penso que o conto pretende passar alguma da desilusão que o amor por vezes traz, mas também a percepção de que há que aceitar o outro como ele é para que a relação possa funcionar. Foi o conto que mais gostei dos cinco.
A Fuga (Rainer Maria Rilke)
Dois jovens, Anne e Fritz, encontram-se às escondidadas e desejam ficar juntos contra a vontade das respetivas famílias. Mas quando a jovem sugere que fujam juntos, o rapaz pondera se é isso que realmente quer… Um conto muito breve, que gostei de ler, e que foca, na minha opinião, a volatilidade dos amores arrebatados da juventude.
Hubbert e Minnie (Aldous Huxley)
Hubbert e Minnie têm um relacionamento, mas ambos querem coisas bem diferentes. Hubbert é terra-a-terra, Minnie é sonhadora. Ele queria viver o amor, saber em que consistia, independentemente de com que o fazia; ela tinha vivido constantes desilusões amorosas e a sua ingenuidade continuava a levá-la a tentar viver o verdadeiro amor. É uma história muito distante do que já tinha lido do autor (Admirável Mundo Novo), mas interessante de qualquer modo.
De um modo geral, penso que se trata de uma coletânea interessante, onde é notória a preocupação de procurar a diversidade de escritores (cada um de nacionalidade diferente) dentro do mesmo tema, e não deixa de ser engraçado notar a variedade de perspetivas e abordagens entre os vários contos. Pena é que não tenha sido acrescentada a essa diversidade alguns escritores contemporâneos (ou com trabalho mais recente).
Classificação: 3/5 – Gostei