Autor: Pamela Freeman
Título Original: Blood Ties (2007)
Série: O Dom #1
Editora: Planeta
Páginas: 438
ISBN: 9789896570750
Tradutor: Andreia Mendonça
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Laços de Sangue é o primeiro livro da trilogia O Dom, da escritora australiana Pamela Freeman, sendo também a sua estreia na ficção para adultos. É um livro que já me tinha chamado a atenção mesmo antes de ser publicado por cá, por opiniões positivas que li, e por isso foi com alguma expectativa que parti para esta leitura.
Trata-se de um livro de fantasia, cuja história decorre no mundo imaginado dos Onze Domínios, povoados pelos descendentes do povo de Acton, que conquistou este território há vários séculos atrás, e pelos Viajantes, habitantes originais dos Onze Domínios, agora um povo nómada, desenraizado, e mal visto. Este livro acompanha o percurso separado de dois jovens de ascendência Viajante, Bramble e Ash. Bramble é uma jovem com espírito selvagem, que só se sente bem rodeada pela Natureza e que já há muito tempo vem “ouvindo” o chamamento da Estrada. Um acontecimento inesperado leva-a a partir finalmente da aldeia onde reside, na companhia do seu cavalo. Alternadamente, acompanhamos a vida de Ash na sua aprendizagem para a função de segurança, tarefa para a qual foi “empurrado” pelos pais Viajantes pela sua falta de habilidade para cantar.
É neste contexto, a que a autora acrescenta elementos sobrenaturais relacionados com Videntes e fantasmas, que a história vai decorrendo. Entre os relatos dos acontecimentos que envolvem Bramble e Ash, e que abarcam ainda alguns anos, podemos ainda ler pequenos capítulos dedicados a personagens secundárias. Confesso que este foi um dos aspectos que mais gostei neste livro e, muito sinceramente, foi aqui que encontrei os maiores pontos de interesse neste livro pelo interesse e diversidade destas histórias paralelas. E isto aconteceu pelo facto de não me ter importado particularmente com o decorrer das histórias das duas personagens principais. Simpatizei mais com Ash e com os seus dilemas do que com Bramble, que me pareceu quase sempre uma personagem algo estereotipada.
A história e a abordagem são interessantes, e também gostei da escrita de Pamela Freeman. No entanto, acho que a autora falhou em aliar o ritmo bastante lento da história à criação de personagens suficientemente cativantes para manter o interesse do leitor no seu destino e no desenrolar da história. Por isso, às tantas dei por mim a virar páginas não com vontade de saber como terminava, mas sim para chegar ao final da história. No que diz respeito ao mesmo, é importante referir que o enredo tem um final aberto, que claramente abre caminho ao próximo volume da trilogia.
Não diria que é um livro que possa satisfazer qualquer amante de fantasia, mas ainda assim penso ter pontos de interesse que agradarão a alguns leitores.
Classificação: 6/10 – Interessante
Livro n.º 69 de 2010