Autor: Diane Setterfield
Título Original: The Thirteenth Tale (2006)
Editora: Editorial Presença
Páginas: 368
ISBN: 9789722337328
Tradutor: Manuela Madureira
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Como toda a gente sabe, os livros têm vida própria; alguns, quando passamos por eles numa livraria, falam baixinho e pedem que os levemos connosco – quase conseguimos ouvir o seu suspiro de desalento quando continuamos a nossa caminhada e os deixamos na prateleira. Este O Décimo Terceiro Conto, da escritora inglesa Diane Setterfield, foi dos que mais vezes me chamou, mas como nem sempre a vida é como queremos, acabei por deixá-lo, invariavelmente, nas prateleiras ou expositores. Até que, como se estivesse inevitavelmente destinada a ler este livro, a Editorial Presença simpaticamente me propôs lê-lo (tal como a outros bloggers) por forma a resgatar este livro da relativa indiferença a que foi votado aquando da sua publicação em Portugal em 2007. E ainda bem, porque de facto estamos perante um livro fantástico.
Tudo começa quando Margaret Lea recebe uma carta da famosa escritora Vida Winter, sobre quem pouco se sabe, apesar da sua prolífica carreira, pedindo-lhe que escreva a sua biografia, uma vez que a sua vida se aproxima do fim e a escritora deseja que esta seja a sua última história. Deste modo, Margaret viaja rumo a Yorkshire, onde Vida reside, e passa uma temporada na sua casa enquanto esta lhe relata a história da sua vida: a verdadeira, não uma das várias que contou a jornalistas ao longo dos anos. Para além deste mistério, o livro é marcado também pelo mistério do primeiro livro que Vida escreveu, entitulado Treze Contos de Mudança e Desespero, cuja primeira edição apenas continha doze contos e, por isso mesmo, viu o seu título alterado em edições posteriores. O décimo terceiro conto nunca se tornou do conhecimento do público.
Dizer que bastou ler o primeiro capítulo deste livro para ficar com a certeza que o ia adorar não é exagero: de imediato me senti “puxada” para dentro da história, cativada pelo mistério da história de Vida Winter e embalada pela prosa melódica da escritora. É também um livro que fala de fantasmas, os que existem e os que não existem, e da forma como lidamos com eles.
Tal como Vida afirma, as histórias deverão ter um princípio, um meio e um fim: mas esta história não tem apenas um de cada e, certamente, o fim é tudo menos previsível. Em alguns momentos, lembrei-me dos livros da Kate Morton, pela escrita magnífica e pela habilidade que ambas as escritoras demonstraram em conduzir o leitor exactamente no sentido que desejam, para o surpreender no final. E apercebo-me também que este tipo de histórias é, provavelmente, um dos tipos de literatura que mais me agrada.
Agradeço à Editorial Presença a oportunidade preciosa que me deu de conhecer este livro e esta escritora que, até à data, infelizmente ainda não publicou mais nenhum livro. Este O Décimo Terceiro Conto já faz, inevitavelmente, parte da minha galeria de favoritos.
Classificação: 9/10 – Excelente