Título Original: El juego del ángel (2008)
Editora: Dom Quixote
Páginas: 568
ISBN: 9789722037075
Tradutor: Isabel Fraga
Origem: Comprado
Opinião: Eis-nos de volta a Barcelona, desta vez nas primeiras décadas do século XX. Acompanhamos David Martín, um jovem que trabalha num jornal e que aí começa a sua carreira de escritor. Várias peripécias levam a que um misterioso editor francês, Andreas Corelli, entre em contacto com David para lhe encomendar um livro muito especial. A partir daí, a história desenvolve-se com twists q.b., misturados com com elementos de mistério, terror e romance, estando a paixão pelos livros sempre omnipresente (todos eles, aparentemente, já uma presença constante nas histórias deste escritor).
Já no livro anterior tinha achado, e este só veio confirmar: Carlos Ruiz Zafón tem uma prosa maravilhosa, que enreda o leitor na sua teia. Certamente, um dos melhores escritores que tive o prazer de ler. Contudo, neste livro, a história não me cativou tanto. Não por ser má ou estar desprovida de interesse, mas acho que teve a ver com o facto de nunca me ter sentido emocionalmente ligada à personagem principal e às suas aventuras e desventuras. Apesar de a história ser narrada na primeira pessoa, senti-me sempre uma espectadora e tive alguma dificuldade em “entrar” na personagem e nas suas motivações. A história é interessante (prova disso é que li este livro relativamente depressa) e, a espaços, realmente emocionante, mas fiquei sempre com a sensação que faltava qualquer coisa.
Gostei das “piscadelas” à história d’A Sombra do Vento: foi muito bom regressar ao Cemitério dos Livros Esquecidos e conhecer um pouco mais da história da família Sempere.
Tal como muita gente, adorei A Sombra do Vento, daí as enormes expectativas que criei para a leitura deste livro. Tal como já referi noutras alturas, nem sempre as grandes expectativas são boas companheiras de leitura, como neste caso. É impossível dissociar este livro do anterior e, apesar da possível comparação ingrata, considero-o inferior. Não quer isto dizer que não estejamos perante um excelente livro e que não recomende a sua leitura.
Classificação: 8/10 – Muito Bom